quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Quando muda o pronome

Eu te amo porque você gosta das mesmas músicas que eu, eu te amo porque você gosta das mesmas comidas que eu, eu te amo porque você defende as mesmas causas que eu. Eu te amo porque você pensa, come, sente, age, veste, anda... como eu.

Eu te amo porque eu vejo em você o que eu vejo, ou finjo ver, em mim. Eu te amo porque você é assim, assim como eu. Porque você não me provoca mudanças, não me desperta dúvidas, não me destabiliza, não me confunde, não me acrescenta. E eu não preciso de alguém que me acrescente, porque eu estou satisfeita comigo, porque, na verdade, eu me amo.

É tão cômodo, tão fácil, amar alguém que se encaixa ao que somos e vai de encontro ao que almejamos. 

Não! Não! Não...  

Eu não te amo pelo que você é pra mim. Eu te amo pelo que você é, e ponto final. Por você. Não por mim. 

Eu te amo pelo que você soma, acrescenta, contribui. Eu te amo porque você me faz querer mudar para ser uma pessoa melhor.

Eu te amo porque você é outro, completo, inteiro. Eu te disse, não acredito em metades da laranja, Deus é muito perfeito para criar metades... Para amar, há de amar por inteiro. Para ser amor, há de ser por completo.

Eu te amo porque você é real e não reflexo, porque eu te admiro e te enxergo além de mim.

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ps: eu não sou assim tããão cabeça-dura, né? ;)


Som da Vez: Eduardo e Mônica - Legião Urbana