segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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A Onda Verde que invadiu o país, com destaque para o Distrito Federal e as capitais do ES e de MG, adia a decisão presidencial para o próximo dia 31. Não devia ser isso que Lula esperava quando sorriu e agradeceu Papai Noel ao saber da escolha do PSDB por Serra. E sendo conquista de Serra, ou não, os brasileiros terão mais tempo para suas análises e sua escolha final.
Neste quadro de segundo turno, as atenções parecem estar voltadas para a direção do apoio do PV. Em pronunciamento na noite deste domingo em São Paulo, Marina pediu que o partido fizesse uma plenária que incorpore, além dos militantes, "os núcleos vivos da sociedade". Segundo João Paulo Capobianco, há intelectuais e apoiadores de diferentes ramos que participaram ativamente da campanha e poderão ajudar a definir para quem será passado esse patrimônio conquistado pela Marina.
Mas embora o apoio do Verde para um dos candidatos finalistas seja um trunfo na manga, deve-se lembrar que os quase vinte milhões de eleitores que agora representam potencialmente a decisão, não foram levados, no primeiro turno, por coligações, e sim por uma terceira via na qual depositaram expectativas, e não acredito que serão agora. Eduardo Rombauer, fundador do Movimento Marina Silva, gerador do Twittaço e da Casa de Marina, descarta a possibilidade de declarar apoio a alguém. “Nós não temos que dizer em quem os membros vão votar, cada um é livre para escolher”, afirma. “Nesta semana nós já começamos outra campanha: Marina Silva presidente em 2014”.
Se, comparando às pesquisas, caiu a representatividade de Dilma e aumentou a de Marina, podemos dizer que houve um deslocamento de eleitores entre as candidatas? Se houve, qual caminho tomarão esses eleitores? Voltarão para onde estavam ou tomarão mais uma vez um novo caminho? Ou será que essa majoritariedade de Dilma não era tão real, e os eleitores que Marina arrebanhou na reta final, na verdade, nunca foram do 13?
O fato é que nem Dilma Rousseff nem José Serra, têm o perfil parecido com o de Marina Silva, e os marqueteiros terão trabalho de sobra se quiserem convencer os "marineiros" do contrário. Serra e Dilma terão que adequarem-se a um padrão mais jovem e mais sedento de renovação.
Sede de renovação foi o que mais me motivou a falar de política nessa campanha, saber que ainda há brasileiro capaz de acreditar e depositar suas forças mesmo depois de tanta frustração com o entra e sai de representantes corruptos. Porque não basta deixar "ficar como está já que não pode piorar" e chamar isso de protesto, apesar de toda a apatia da população, essa eleição mostrou ter gente que ainda acredita em mudança, um povo que de um em um tornou-se um quinto do eleitorado brasileiro.



Som da vez: Jack soul brasileiro - Lenine

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